segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016

Quando amei demais...

Não, não vou falar de amor romântico ou amor fraternal, vou falar de um amor mais intenso ou que pelo menos deveria ser. O amor por nós mesmos.  Esse amor nos faz superar barreiras intransponíveis, renascer de situações que nos víamos mortos, repensar toda a vida e querer ser mais, muito mais, sempre mais.
Assistimos a uma epidemia de amor romântico, você, se mulher e jovem pior ainda, não pode estar viva e feliz sem um companheiro, o mesmo vale para os homens, ah...mas ele deve tá pegando alguém. Não é bem assim, essa imposição social que obriga a todos a se apaixonarem e viverem dentro do amor romântico leva a uma série de frustrações, tristezas, insatisfação, assassinatos até, quando o companheiro preterido não aceita a separação.
Mas e se o lema fosse: SE AME MAIS. Será que seria vendável na mídia, nas revistas de fofoca, nos filmes, nas novelas, e o que dizer das redes sociais??? Claro que não.  O bom são os relacionamentos  entre parceiros com suas venturas e agruras, mesmo quando não há respeito e até mesmo...quem diria..amor. E porque para alguns, essa fórmula dá certo, e para outros não?? Vamos lá.
Vem comigo nessa viagem. Moro num casebre caindo aos pedaços, não tenho cama, durmo no chão da sala em um colchão velho, diversão: internet, computador, televisão...tá pirando...casebre caindo aos pedaços, lembra??? Enfim, um lugar feio sem graça, meu único pensamento é:  na primeira oportunidade eu sumo daqui. E eis que surge a oportunidade, uma linda casa, arejada, limpa, com um big quarto com tudo que tenho direito, computador e internet com todos os megas possíveis e imagináveis. Caio dentro, abriu a porta, eu entrei. Mas de repente percebo os primeiros problemas de estar no palacete dos sonhos, ele não me cabe, é tudo lindo mais era mais feliz no meu casebre caindo aos pedaços, lá eu era eu. E é isso que acontece quando não nos amamos de verdade e achamos que no amor do outro vamos nos realizar. Primeiro preciso reformar meu casebre, tendo amor próprio e  autoestima, para transformá-lo num belo palacete , para depois me relacionar. Não posso jogar todas as minhas frustrações e expectativas no outro e desejar  assim, resolver meu problema de amor.
Amar é difícil porque se amar é difícil, viver consigo e feliz, nem se fala, mergulhar profundamente em nossa essência dói, porque é um exercício que requer desprendimento, pois acessamos dores, traumas, feitos que nem sempre queremos relembrar, mas só assim podemos perdoar, nos perdoar por sermos imperfeitos e desleais com nós mesmos. O confronto com o eu é um dos mais duros para o ser humano, porque a culpa é e sempre será sua.  Essa limpeza faz surgir um ser novo que entende a sua parte divina que se ama incondicionalmente, apenas quem ama incondicionalmente, pode amar o outro.

Sob a proteção de São Valentim, comemorado ontem, dia dos namorados em alguns países, vamos namorar a nós mesmos, nos conquistar, nos conhecer para assim atrairmos um companheiro que esteja à altura do amor que emanamos. Porque afinal juntar dois casebres velhos nem pensar, né! 
Sejam sempre bem vindos! Carla de Castro

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